quarta-feira, 23 de maio de 2007

Namorar...


"Namora quem lê nos olhos e sente no coração
as vontades saborosas do outro.
Namora quem se embeleza em estado de amor...
A pele melhora, o olhar fica com brilho de manhã.
Namora quem suspira, quem não sabe esperar,
mas espera, quem se sacode de taquicardia e timidez diante da paixão.
Namora quem ri por bobagem, quem entra em estado de música,
quem sente frios e calores nas horas menos recomendáveis.
Namorados que se prezam tem a sua música
e não temem se derreter quando ela toca.
Ou, se o namoro acabou, nunca mais dela se esquecem.
Namorados que se prezam gostam de beijo, suspiro,
morderem o mesmo pastel, dividir a empada, bebem no mesmo copo,
apreciam ternurinhas que matam de vergonha fora do namoro
ou lhes parecem ridículas nos outros. Por falar em beijo,
só namora quem beija de mil maneiras e sabe cada pedaço
e gostinho da boca amada.
Beijo de roçar, beijo fundo, inteirão, os molhados,
os de língua, beijo na testa, beijo livre como o pensamento,
beijo na hora certa e no lugar desejado.
Sem medo, nem preconceito.
Beijo na face, na nuca e aquele especial atrás da orelha,
no lugar que só ele ou ela conhece.
Por isso, só namora quem se descobre dono de um lindo amor,
tecido do melhor de si mesmo e do outro.
Só namora quem não precisa explicar, quem já começa a falar pelo fim,
quem consegue manifestar com clareza e facilidade
tudo o que fora do namoro é complicado.
Namora quem é bom, quem gosta da vida,
de nuvem, de rio gelado e de parque de diversões.
Namora quem sonha, quem teima, quem vive morrendo de amor
e quem morre vivendo de amar. "
(texto extraído da comunidade orkutiana - Românticos com o pé no chão)

Segue Teu Destino


Segue o teu destino,

Rega as tuas plantas,

Ama as tuas rosas.

O resto é a sombra

De árvores alheias.

A realidade

Sempre é mais ou menos

Do que nós queremos.

Só nós somos sempre

Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.

Grande e nobre é sempre

Viver simplesmente.

Deixa a dor nas aras

Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.

Nunca a interrogues.

Ela nada pode

Dizer-te.

A resposta

Está além dos deuses.

Mas serenamente

Imita o Olimpo

No teu coração.

Os deuses são deuses

Porque não se pensam.



Fernando Pessoa (Ricardo Reis)

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Verdadeira Amizade


DEUS criou o Amor
Mas nós, humanos, não soubemos utilizá-lo.
Ele então numa inspiração divina criou a Amizade
E foi assim que o Amor passou a ser utilizado
Na essência de seu significado maior
Quem está ligado por esse Amor
Distância alguma separa,
Pois a Verdadeira Amizade
Não une corpos, não une mentes,
Mas une Corações...

Autor desconhecido

sábado, 5 de maio de 2007

Soneto de Skakespeare


Quanto mais fecho os olhos melhor vejo;
O dia todo vi coisas vulgares
Mas quando durmo em sonho te revejo
Pondo no escuro luzes estelares,
Tu, cuja sombra faz brilhar as sombras,
Como podes formar das sombras luzes
No claro dia que de luz assombras
Pois tanto brilho no negror produzes?
Como podem meus olhos abençoados
Assim te ver brilhar em pleno dia
Quando na noite escura deslumbrados
Dentro de fundo sono eu já te via?
Meu dia é noite quando estás ausente
E à noite eu vejo o sol se estás presente.

Shakespeare

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Bom dia vida minha!



"No raiar de um novo dia,
eu pedi à um passarinho
para pousar em seu jardim

e cantar uma linda melodia

só pra te fazer pensar em mim

sempre sempre com alegria..."


BOM DIA VIDA MINHA!!!

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Fanatismo - Florbela Espanca


Minh'alma de sonhar-te anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu é já toda minha vida
Não vejo nada assim enlouquecida
Passo no mundo meu amor a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lidas
Tudo no mundo é frágil, "tudo passa"
Quando me dizem isso toda a graça
Duma boca divina fala em mim
E olhos postos em ti digo de rastros
Ah, podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como um Deus:
Princípio e fim.

Florbela Espanca

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Soneto XLVII


Entre olho e coração um pacto distinto,

Bem servir um ao outro deve agora.
Quando para ver-te o olho está faminto,
Ou a suspirar de amor o coração se afoga,
O olhar desfruta o retrato de meu amor,
E o coração ao banquete figurado convida.
De outra vez, ao imaginado amor
O olhar a tomar parte é convidado.
Assim, por meu amor ou tua imagem,
És sempre presente ainda que distante,
Pois não podes do pensar ir mais além
Se estou com ele em ti a todo instante.
Se adormecem, tua imagem na minha visão
Desperta ao deleite vista e coração

Willian Shakespeare

Oração do novo dia...



Hoje, mais que ontem
O dia amanhecerá sorrindo
O sol ainda não despontou no céu
Mas, ao certo, já está ansioso
Para aquecer você
Com seu calor especial.

Quando logo mais despertares
Abre a janela do teu quarto,
Sente no rosto o beijo da brisa matinal
Com certeza, nesse instante,
Uma rosa em algum jardim
Estará sorrindo para você.

Que linda é a vida
E quem melhor do que nós
Para sabermos o quanto é importante
Fazer parte da vida de alguém

Alguém que se importa
e compreende você,
Alguém que você pode confiar
Alguém com um coração nobre e amoroso
Que sabe valorizar a si mesmo
E a quem se ama...

Por essas e tantas coisas
Junto minhas mãos em prece
Rogando que venha mais um dia
pleno de amor, paz e serenidade
Para nós e para todo mundo

O Sol - Jota Quest

terça-feira, 1 de maio de 2007

Eu não tenho nada para falar-te


Eu não tenho nada para falar-te querido
Deixa-me a sós com o meu coração entristecido
Para quê rasgar o silêncio dizendo inutilmente
Coisas incomunicáveis,
Feitas apenas para a alegria dos sentidos
E da minh'alma que apenas deseja agora repousar.

As flores também cantam!!!

Quero saber



Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim alcançaremos
a incomunicação; por fim
ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objeto terrestre
e não ter nada que trocar
por fim, não introduzir mercadorias
como o faziam os colonizadores
trocando baralhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu
com uma condição: não nos compreender
Pablo Neruda (Últimos Poemas)